Controle de Qualidade: Laudos acertivos, participante satisfeito.

Em entrevista exclusiva ao QualiNews, o Diretor de Qualidade da Rede Dom Bosco, Dr. José Augusto Machado, comenta como o Controle de Qualidade feito com rigor traz lucro, aumenta a cartela de pacientes e a credibilidade na sociedade médica

QualiNews:O Controle de Qualidade muitas das vezes é visto como custo – principalmente para laboratórios de menor porte. O Dom Bosco participa do Programa de Controle Externo da Qualidade do PNCQ desde o ano de 1999. Por que o empresário não deve encará-lo como custo e sim como investimento?

José Augusto:Porque o Controle de Qualidade é uma forma de monitorar como os exames estão sendo feitos e aí você acaba tendo feedback positivo dos médicos, aumentando a cartela de clientes. Ou seja, este investimento é a garantia de um bom retorno construído em uma relação cada vez mais próxima com os médicos. A credibilidade do Dom Bosco foi conquistada aos poucos na sociedade médica.Nunca encaramos como um custo e é desta maneira que o empresário deve ver. Já líamos trabalhos científicos indicando que era preciso modernizar para ter laudos fidedignos. Não cabia mais o trabalho artesanal que fazíamos antigamente. Naquela época nós já antevíamos que o caminho era modernizar ou morrer. Para falar a verdade, os laboratórios em geral deixavam a desejar quanto à qualidade total.

QN: Esses resultados apareciam no Controle de Qualidade?

JA:De certa forma não, pois estávamos dentro do mesmo grupo que também realizava as análises manualmente. Com a aquisição de aparelhos automatizados, entramos para o grupo de laboratórios que já estavam no caminho da modernização e os resultados provaram que estávamos certos. Logo os médicos indicaram mais pacientes e o crescimento foi um caminho sem volta, visto que hoje atendemos oito vezes mais do que há 10 anos chegando à marca de 600 a 700 exames por dia.

QN:O laboratório Dom Bosco já faz controle de qualidade há quase 15 anos, tempo em que esta prática ainda não era tão difundida. Quais foram as resistências encontradas internamente?

JA:Inicialmente houve resistência, mas contornamos isso fazendo palestras, trazendo professores de diversos estados, mostrando aos funcionários que esta mudança era muito importante para o laboratório e até para ele, pois a qualquer momento familiares deles poderiam vir a ter que fazer um exame e a escolher um laboratório com laudos coerentes. Hoje o Controle Externo é feito uma vez por mês e o Interno é feito diariamente tanto das amostras-controle quanto dos equipamentos.O Dom Bosco só libera os laudos dos pacientes do dia depois do resultado do Controle de Qualidade. Se por acaso, o resultado do ProIn estiver fora do desvio-padrão, todos os laudos daquele dia são condenados. Daí, a rotina é refeita desde o início.

QN:Quais mudanças foram necessárias após iniciar o Controle de Qualidade?

JA:Nós começamos a perceber que precisaríamos nos modernizar quando vimos, dentre outros fatores, que pertencíamos a um grupo muito pequeno de laboratórios. A partir da compra de novos aparelhos e da mudança nos procedimentos de análises, encaixamo-nos em um grupo de grandes laboratórios e mesmo assim nos mantivemos dentro da margem no Controle de Qualidade. Com isso, confirmamos que a mudança era necessária, que estávamos no caminho certo. A mudança de aparelhos não é um investimento tão alto assim, pois são cedidos por comodato. Com isso, as empresas fornecem os equipamentos e os laboratórios passam a comprar delas os reagentes – o seu serviço. Esta forma de trabalhar gera muito mais segurança e mais lucro também, por exemplo: se antes para um exame de glicose eu usava 1mL de reagente, hoje, com o aparelho, uso um décimo 0,1mL para fazer a mesma glicose.Na fase pré-analítica, há procedimentos para se resguardar ao máximo, temos um formulário com perguntas sobre medicação e quadro clínico, marcação dos tubos com código de barras e leitor óptico para leitura desses códigos. Com isso, há cada vez menos manipulação no material colhido. Na fase pós-analítica, temos uma equipe de profissionais que analisam todos os resultados, antes da liberação final, para o paciente.

QN: Em relação aos procedimentos,quais mudanças foram aplicadas após a análise da Avaliação Mensal dos resultados do CEQ?

JA:Se há uma não conformidade, pode-se mudar tudo: aparelho, reagente, curva de calibração e até funcionários.

QN:Como o Controle de Qualidade se torna tangível aos olhos dos usuários?

JA:Por vários meios, desde a placa na recepção do laboratório, do selo do PNCQ nos laudos, mas acima de tudo pelo feedback dos médicos. São eles quem indicam os pacientes para virem ou para voltarem ao laboratório porque no momento em que emitimos um laudo compatível com a clínica dele, ele passa a confiar no laboratório. Ou seja, exame bem feito é a garantia do retorno do paciente.

QN:Como o Dom Bosco trabalha a comunicação deste procedimento para fidelizar seus usuários?

JA:Com um trabalho de relacionamento com os médicos, enviando cartas com resultados dos controles de qualidade e informando sempre sobre as conquistas do Dom Bosco.

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