Citologia manual ganha na comparação com método automatizado para análise de lâminas com esfregaço cervical

A leitura manual de lâminas contendo esfregaço cervical é superior à leitura automatizada para detectar células anormais. A tecnologia existe para auxiliar na triagem cervical ao detectar campos anormais automaticamente em uma lâmina e apresentá-los em um microscópio automatizado, e é considerada análoga à microscopia citológica manual.
Pesquisadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, fizeram uma comparação entre a leitura automatizada da citologia cervical com a leitura manual usando uma amostra histológica de neoplasia intraepitelial de grau II (CIN2+). Amostras foram obtidas de mulheres com idades entre 25 e 64 anos submetidas a uma triagem cervical primária em Greater Manchester, no Reino Unido, com pequenas proporções de mulheres com idades fora desta faixa etária e de mulheres submetidas a colposcopia. Mais de 70 mil amostras foram randomizadas e realizadas pelos dois  métodos ??? automatizado e manual. O estudo foi realizado entre 1º de março de 2006 e 28 de fevereiro de 2009.
Amostras de citologia foram obtidas assim como um pequeno número de amostras anormais diretamente das clínicas de colposcopia, de mulheres diferentes, de maneira a enriquecer a proporção de anormalidades. Todas as amostras foram analisadas no mesmo laboratório de análises clínicas. Resíduos líquidos usados na triagem de HPV (Papiloma vírus humano) foram testados em laboratórios especializados em virologia.
A principal descoberta foi a de que a leitura automatizada era 8% menos sensível em relação à manual, de 6.3% em termo absolutos. Na relação custo-benefício, tanto a  leitura automatizada quanto a manual apresentaram resultados similares, apesar de um aumento de 60% a 80% em relação à produtividade na leitura automatizada. Os pesquisadores concluíram que a menor sensibilidade da leitura automatizada para detecção do CIN2+ , combinada com um aumento na especificidade, sugere que a leitura automatizada não deve ser recomendada para uma triagem cervical primária. O estudo foi publicado no Lancet Oncology, em janeiro de 2011.

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Versão na íntegra em inglês:
Manual Cytology Preferred to Automatic Method
28 Feb 2011   
Manual reading of cervical smear slides is superior to automation-assisted reading at detecting abnormal cells. / Technology is available which can assist in cervical screening by automatically detecting abnormal fields on a slide and presenting them on an automated microscope, and is analogous to manual cytological microscopy. / Scientists at the University of Manchester (Manchester, UK), compared automation-assisted reading of cervical cytology with manual reading using the histological end point of cervical intraepithelial neoplasia grade II (CIN2) or worse (CIN2+). Samples were obtained from women aged 25-64 years undergoing primary cervical screening in Greater Manchester (UK), with small proportions from women outside this age range and from women undergoing colposcopy. Over 70,000 samples were randomized and assessed either by automated and manual reading or by manual reading only. The study was carried out between March 1, 2006, and February 28, 2009. / Liquid-based cytology samples were obtained in primary care, and a small number of abnormal samples were obtained from local colposcopy clinics, from different women, in order to enrich the proportion of abnormals. All of the samples were read in a single large service laboratory. Liquid residues used for Human papillomavirus (HPV) triage were tested in specialist virology laboratory. Histopathology was read by a specialist gynecological pathology team blinded to HPV results and type of reading.
The principal finding was that automated reading was 8% less sensitive relative to manual, 6.3% in absolute terms. The FocalPoint Slide Profiler (Becton Dickinson, Franklin Lakes, NJ, USA), especially ???No Further Review??? was very reliable and, if restricted to routine screening samples, as less than 1% of CIN2+ would have been missed. Automated and manual were very similar in terms of cost-effectiveness despite a 60% – 80% increase in productivity for automation-assisted reading. The authors concluded that the inferior sensitivity of automation-assisted reading for the detection of CIN2+, combined with an inconsequential increase in specificity, suggests that automation-assisted reading cannot be recommended for primary cervical screening.


Henry Charles Kitchener, MD, professor of gynecological oncology and lead author said, «Although automated reading could achieve productivity gains in terms of the numbers of slide checked, on the basis of this evidence there does not appear to be sufficient grounds to recommend automation.??? The trial also found that the cytoscreeners preferred manual reading as automation-assisted reading was monotonous. The article was published in January 2011, inLancet Oncology .

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